
Dois projetos brasileiros — um profissionalizante, que usa o futebol como ferramenta de aprendizado e inserção social, e outro que oferece informação de utilidade pública via torpedo de celular a jovens pobres — estão entre os 16 finalistas de um concurso internacional promovido pela fabricante de artigos esportivos Nike em parceria com a organização não-governamental Ashoka/Changemakers. Ao todo, 282 iniciativas de 69 países se inscreveram no prêmio, chamado Todo Mundo pode Mudar o Mundo: Esporte para um Mundo Melhor. A escolha dos finalistas foi feita por um júri composto seis pessoas ligadas à área, entre eles o presidente da Nike, Mark Parker, o ala do Chicago Bulls Luol Deng e o presidente do Barcelona, Joan Laporta. A seleção dos três vencedores, que receberão US$ 5 mil, foi feita a partir de votação na página da premiação. O resultado será divulgado no próximo dia 8. O principal objetivo da competição é identificar projetos que usam o esporte de maneira inovadora para promover a inclusão social e o desenvolvimento humano. Um dos brasileiros finalistas, o projeto 0800 Rede Jovem tem como foco ampliar as oportunidades para a juventude de baixa renda, oferecendo informações sobre trabalho, educação, esporte e serviços públicos a partir de mensagens de texto para celular (torpedos). Hoje, a iniciativa beneficia 500 jovens entre 17 e 24 anos de cinco comunidades pobres: Complexo do Alemão e Complexo do Maré, no Rio de Janeiro, Madureira (Rio de Janeiro), Val Paraiso, em Santo André (São Paulo), e Primeiro de Maio, em Vila Velha (Espírito Santo). Todo dia útil, a ONG envia dicas de esporte ou cultura aos beneficiários. "Normalmente, o conteúdo das mensagens enviadas são aulas direcionadas ou vagas em grupos que estão praticando alguma modalidade esportiva, locais disponíveis para prática de esporte e inscrição para grupos", diz a coordenadora do projeto, Alice Gismonti. Embora o esporte seja apenas uma das abordagens da ação, a ONG possibilitou que 23% dos beneficiários se inscrevessem em alguma modalidade esportiva, de acordo com pesquisa trimestral realizada pela entidade. O outro finalista, o Programa Vencer, está, além do Brasil, no Equador e no Uruguai. Ele usa o futebol para desenvolver nos jovens habilidades comportamentais que podem ser úteis no mercado de trabalho. "Em vez de você falar teoricamente do trabalho em equipe, por exemplo, você põe os meninos e meninas numa partida de futebol e, junto com eles, reflete o que funcionou ou não. Várias coisas são muito importantes para o jogo e para o mundo do trabalho, como saber se expressar, comunicação, respeito, disciplina", afirma a diretora do programa, Claudia França. Os beneficiários têm entre 16 e 24 anos, são todos de regiões pobres do Rio de Janeiro e recebem uma formação que inclui atividades esportivas, aulas de informática, reforço de português e matemática e cursos profissionalizantes. "Todas as oportunidades educativas são direcionadas para o trabalho", diz Claudia. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) está apoiando a divulgação do prêmio Todo Mundo pode Mudar o Mundo. A agência da ONU é parceira da Nike na Rede Esporte pela Mudança Social, que no Brasil tem a participação de 23 entidades, além de atletas e ex-atletas profissionais.
Redação Sport Marketing